domingo, 22 de setembro de 2013

Entrevista para site badalado

A cineasta Miriam Rezende Gonçalves comemora uma nova fase em sua carreira, a escolha de seus parceiros na produção de seu primeiro longa-metragem “ALCÂNTARA” .

“Alcântara” é um thriller de suspense inspirado no Programa Espacial Brasileiro, que começa uma nova fase de pesquisa e pioneirismo tecnológico com a reconstrução da base de lançamento na cidade de Alcântara no Maranhão. A base espacial foi destruída no acidente que completou 10 anos em agosto e foi relembrado por toda mídia nacional e internacional. A tragédia se trata uma dor pessoal e familiar, ela perdeu um primo no acidente e transformou sua perda em filme.


Mineira, com trajetória considerável, aos 18 anos Miriam foi morar na cidade do Rio de Janeiro e ganhava a vida dando aulas de teatro em uma comunidade carente no leme, chamada Babilônia. Aos 23 anos já trabalhava como produtora na Globo onde fez novelas, minisséries, shows, entre outros. Aos 28 anos levantava a bandeira da poesia ao lado de amigos globais em seu evento literário Contos Inversos. 31 anos foi atrás de novos desafios em São Paulo, em busca de um novo sonho e começou a estudar roteiro. Trabalhou no programa Auto Esporte onde viu pela primeira vez sua idéia no ar com o quadro televisivo “Se Meu Carro Falasse”, que a levou ao programa do “Fantástico”. Sua primeira experiência foi escrever um seriado sobre a médica psiquiatra Nise da Silveira intitulado, “Nise, Guardiã da Loucura”. Durante a pesquisa, juntamente com celebridades e cientistas, viveu a experiência de uma internação dentro de um dos maiores hospícios do país. Agora aos 34 anos, estuda propostas de produtoras interessadas em produzir “Alcântara” fato histórico nunca antes retratado pela cinematografia nacional e conta com a consultoria do roteirista Di Moretti que já escreveu mais de 19 filmes, muitos já consagrados.


“Através desse filme pretendo ajudar meu país a alavancar o programa espacial e honrar os 21 heróis que deram suas vidas por essa causa. O Brasil já tem um astronauta, é importante tornar popular o arquétipo desse herói para jovens e crianças. Este longa-metragem irá contribuir para que estas conquistas continuem a ser valorizadas.”



CONFIRA A ENTREVISTA EXCLUSIVA DE MIRIAM REZENDE AO NOSSO BLOG:




- COMO O FILME “ALCÂNTARA” PODE TRAZER A TONA UM ASSUNTO NÃO MUITO CONHECIDO PELA SOCIEDADE?

O tema espaço está no inconsciente coletivo da população, quase toda criança já teve um dia o sonho de ser um astronauta, que aliás, no atual momento, acho muito importante fortalecer esse arquétipo de herói para nossos jovens. De uma certa forma nós vamos apenas trazer o assunto espacial a tona, diversas marcas publicitárias estão contribuindo para que isso aconteça, por exemplo, a RED BULL está patrocinando um novo esporte que consiste em saltar da estratosfera terrestre. A nova propaganda da VIVO traz um disco voador para dizer as pessoas que sua tecnologia é avançada. A AXE (desodorante) fez uma promoção onde selecionou 22 pessoas no mundo todo para levar a uma viagem espacial; entre eles dois são brasileiros. A nave londrina VIRGIN GALATIK se prepara para decolar levando celebridades como Angelina Jolie, Brad Pitt, Nick Lauda, Paris Hilton pela quantia de 120 mil libras. O futuro aponta para o céu! RSS Acredito que em menos de um ano, este será o assunto da mesa do café.

- ANTES DO ACIDENTE VOCÊ JÁ ERA ENGAJADA NO TEMA ESPACIAL OU O INTERESSE COMEÇOU APÓS A TRAGÉDIA?

Sempre gostei de olhar para o céu e admirar a lua, quando criança brincava de ver estrelas cadentes cairem e fazia pedidos pra elas. Na adolescência, tinha uma feira de ciências e eu escolhia falar sobre o sistema solar. Mas após a tragédia eu comecei a recortar todas as notícias que saiam sobre o acidente em revistas e jornais, e armazenei uma década de pesquisa.

- O QUE VOCÊ ACREDITA QUE MUDOU NO PROGRAMA ESPACIAL BRASILEIRO NESSES 10 ANOS?

Nada. Ele ficou literalmente parado. Hoje, com a reconstrução da prédio de lançamento (que foi destruído no acidente em 2003 e só ficou pronto agora no final de 2012), o Programa Espacial Brasileiro começa uma nova fase de pesquisa e pioneirismo tecnológico com a reconstrução da base em Alcântara. O Brasil é um país de miséria, é difícil conseguir liberação de verba pra ciência e tecnologia. Mas é muito importante para o crescimento da nação.

- NA ÉPOCA DO ACIDENTE QUESTIONARAM A FALTA DE ESTRUTURA DO BRASIL PARA A REALIZAÇÃO DE UM PROJETO DESSA MAGNITUDE. VOCÊ CONCORDA? ACHA QUE O BRASIL ESTÁ PREPARADO?

Concordo que na época não tínhamos equipamentos de segurança suficiente, aliás, este fato é citado no laudo do acidente que foi feito pelos Russos. Hoje, acredito que o Brasil deve se preparar, nós não temos mais tempo. Precisamos colocar no espaço um satélite próprio, a ONU delimitou “terrenos no céu” e o Brasil precisa defender a parte que lhe cabe. Mas acredito que o mais agravante no momento é que o País está numa situação vulnerável. A comunicação de dados, telefonia, sinais de TV paga e até comunicações militares passam pelo satélite da Embratel, empresa que já foi estatal, mas foi privatizada em 1997. Ela está nas mãos do empresário mexicano Carlos Slim, dono da operadora Claro. Alugamos satélite de uma empresa estrangeira e não temos controle nenhum sobre ele. Isso gera espionagem, uma telefonia muito cara, entre outras coisas.

- COMO SERÁ A ABORDAGEM DO LONGA-METRAGEM? O FOCO PRINCIPAL SERÁ NA NOVA FASE DO PROGRAMA ESPACIAL BRASILEIRO?

O público tem a necessidade de entender o que aconteceu no passado antes de mostrar a nova fase do programa espacial. O enfoque da trama é a dor de uma filha que hoje é astrofísica na Alemanha e volta a sua terra natal, São José dos Campos, através de um intercâmbio pela Universidade Internacional do Espaço disposta a descobrir a verdade por trás da morte de seu pai, engenheiro morto no acidente de 2003. Trabalhamos com este arquétipo universal, pai e filha existem no mundo inteiro e isso nos ajuda a criar um vínculo de identificação. Como plano de fundo da linha narrativa, tem todo o panorama do programa espacial brasileiro e meandros do poder. Com grandes pitadas de suspense, ação, romance, aventura e muito mistério. 
  
- COMO “ALCÂNTARA” PODE DESPERTAR O INTERESSE INTERNACIONAL PARA O PROGRAMA ESPACIAL BRASILEIRO?

Alcântara é o melhor espaço-porto do planeta, porque é o lugar no globo terrestre que está mais próximo a linha do Equador. Isso significa economia 30% a menos de combustível, materiais mais pesados como carga e uma velocidade extra de escape quando o foguete sai da Terra. Essa Penínsunla maranhense é cobiçada a se tronar território internacional sob fortes protestos nacionalistas. A nossa sobrevivência no planeta depende da conquista do espaço, até os experimentos da cura do câncer são feitos na estação espacial pela ausência de microbios. Hoje em Alcântara, temos a Base Militar e em sociedade com o governo da Ucrância (40%) está sendo construída a faraônica Base Civil, Alcântara Cyclone Space, onde em um futuro próximo, qualquer país estrangeiro poderá lançar um foguete desta base. Eu vejo em um filme a melhor forma de divulgação e comunicação com o mundo.

- VOCÊ CITA A POSSIBILIDADE DO FILME TORNAR-SE UM SERIADO DE TV. TEM PREVISÃO PARA OCORRER? 

A tragédia fez 10 anos agora em agosto de 2013 e foi retratada por diversos veículos de mídia como o Fantástico, History Channel, Jornal Hoje, CNN, entre outras, isso despertou a curiosidade de produtores cinematrográficos que durante pesquisas encontraram a fanpage e o blog da publicação do meu projeto na internet. Estou estudando propostas, um desses produtores me garante que em 2015 o filme estará nos cinemas, vamos ver. Quero escolher meus parceiros com muita calma, pois pra mim Alcântara vai além de um filme, é uma causa, uma bandeira, conseguir ajudar a alavancar o programa espacial brasileiro e honrar os 21 heróis, idealistas que perderam precocemente a vida acreditando que o Brasil poderia conquistar o espaço.